A darbuka, doumbek ou derbak é um membranofone tradicional na música árabe, tendo parentesco com o djembe do oeste africano. O derbake também é considerado um dos instrumentos principais dos conjuntos árabes. Como fornece uma base rítmica, tem por função dar a estrutura para toda a música.
O termo derbake, derbak, durbak, ou dirbakki, independentemente da pronúncia ou da escrita, é comumente utilizado em países como Síria, Líbano,Jordânia e Israel.
Primeira lição: Posicionamento do instrumento
Você deve posicionar na perna esquerda (para destros), de modo que você solte as mãos e ele não caia. As mãos precisam estar soltas e bem relaxadas,por isso não devemos segurar o derbake com as mãos e braços.
“Não consigo posicionar o derbake. Cai pra frente ou pros lados.”
O derbake cai pra frente, pois o ângulo entre a perna e a cintura está muito aberto. Use um calço ou levante a ponta do pé. Isso resolve o problema.Se o derbake cair para os lados, feche as pernas e use a outra perna como apoio, desde que a roupa não se encoste à pele.Principais sons no derbake São quatro: DUM, Tá (mão direita), Ká (mão esquerda) e SAK.
DUM: Para destros, usamos a
mão direita aberta com os
dedos unidos, com exceção
polegar, posicionado na
extremidade para o centro da
pele. Bata forte e macio, como
uma bola de basquete que
pinga no chão. Ouça o grave
Tá: Usamos o dedo anelar da mão
direita na extremidade da pele.
Concentre o movimento no pulso e
não no braço. Ouça um agudo
limpo.
Ká: O Tá com a mão esquerda.
Usamos o dedo anelar da mão
esquerda na extremidade da pele.
Concentre o movimento no pulso e
no dedo. Nas primeiras semanas não
sairá som em função da ausência de
força. Ouça um agudo limpo.
SAK:
Posicionamento da mão:O primeiro passo é posicionar a mão para tocar o DUM. Em seguida faça uma concha não muito côncava, igual na foto, sem deixar os dedos enrijecidos. O
dedo mínimo fica totalmente deitado na pele. Observe que a base da mão está deitada na extremidade da circunferência.
Toque:A concha deve ser feita somente quando tocar ao instrumento. A base da mão toca primeiro, depois os dedos, catapultados à pele. Por isso os dedos não devem estar enrijecidos.
Som:Ouça um estouro, sem grave. Nas primeiras semanas é comum sair grave junto.
Ritmos árabes
Acreditamos ser bastante complicado traçarmos a “origem histórica” dos principais ritmos árabes, porque essa base surgiu da sabedoria popular (folclore). Acredita-se que animais como o cavalo, o camelo e a cobra tenham influenciado folcloricamente o surgimento desses ritmos. Inicialmente eram usados exclusivamente em rituais sagrados por sacerdotisas do antigo Egito.
Tempo e compasso
Deve-se memorizar o tempo do compasso dos ritmos. Exemplo: O Baladi é de quatro tempos. O ritmo tocado todos os tempos apenas uma vez significa que foi tocado um compasso. Quero encorajá-los a contar em voz alta: UM ... DOIS ... TRÊS ... QUATRO ... UM ... DOIS ... TRÊS ... QUATRO. Conte usando o
mesmo tempo de pausa para cada número. O Baladi se encaixará no tempo da contagem.
Baladi
Baladi é uma versão folclórica do significado da terra, do campo, procedente do Egito. A palavra Baladi significa “meu povo”, pode representar a terra natal e tudo o que tenha origem popular. Essa dança retrata exatamente isso, de maneira descontraída, espontânea e, às vezes, até mesmo despachada que as
mulheres árabes dançam em seu dia-a-dia e em festas familiares. As dançarinas se apresentam usando galabias ou vestidos, por vezes fumam arguile, falam em árabe, e se divertem com músicas alegres e populares. Este
ritmo é muito típico e o mais executado pelos músicos.
Malfuf
No Egito e Líbano, é chamado de Malfuf, e é tocado mais preenchido e acentuado, nas entradas e saídas de shows, pois oferece constância e velocidade nestas horas. O ritmo Malfuf também é chamado de "Laff" no Egito e significa "algo embrulhado, enrolado". Usado também em alguns folclores
árabes e danças específicas, como por exemplo, o "Melea-Laff", a dança do lenço enrolado, típica egípcia e também "Raks El Shamadã", a dança do candelabro. Na primeira dança citada ele é mais acelerado e na segunda ele é
mais calmo. Durante espetáculos de dança do ventre é utilizado como "ponte" de movimento, ou seja, faz a passagem de uma situação cênica para outra.Para o estudo você pode desenvolver uma versatilidade de deslocamentos com a utilização do Malfuf.
Maqsum
Maqsum é um ritmo 4/4 muito utilizado no Egito. Possui duas variações,
uma rápida (normal) e uma lenta.
Ayub
É um ritmo simples e rápido. Tocado em todo oriente Médio, desde a Turquia até o Egito. No norte da África o ritmo é chamado Zaar. É usado de forma lenta (dança de transe para afastar os maus espíritos, com oferendas de aves,
cabras e até camelos). Na dança oriental, é usado para ‘aquecer’ ou acelerar uma performance e para os deslocamentos rápidos e para as danças folclóricas de grupo. Diz-se que o Ayub é o ritmo que transforma o andar do camelo em som, se tocado de forma lenta. Atualmente este ritmo é executado dentro de
espetáculos de dança, mas sem o objetivo ritualístico. Não é executado durante tempos muito longos, pois torna-se monótono.
#Dicas
Como reconhecer facilmente um ritmo?
Desde quando comecei escutar musica árabe, reparei que os ritmos mais tocados são o Baladi (1 e 2 DUMs), Said e Malfuf e Maqsum. Mas isso é só uma curiosidade.Não é difícil reconhecer um ritmo.O segredo está na batida DUM. Marque dentro do compasso em que momento ouve-se as batidas DUM. O derbakista pode fazer muitos floreados, mas ele deverá respeitar a batida DUM.O que recomendo, principalmente é escutar muita musica árabe. Identifique os ritmos.
No Egito, o instrumento recebe o nome de tabla e possui uma pele de 15 cm de diâmetro. Na Turquia o nome é Darbuka e pode ser encontrado também com uma estrutura diferente do instrumento tradicional. O instrumento pode possuir os aros e parafusos de afinação no exterior do instrumento.
Dunbug ou tabla iranana é o nome que a darbuka recebe no Iraque, porém sua pele possui apenas 3 cm de diametro. Muito utilizada nos tradicionaisKhaleeges.
Pode ser construido de barro ou madeira com peles de couro de peixe ou carneiro. Os mais modernos são construidos de alumínio fundido com pele de nylon sintético, dependendo da sua frequente utilização ou do gosto do músico.
Antigamente, os músicos utilizavam-se do derbake apenas de madeira ou barro, e revestimento em pele de animal. Porém, com a frequente necessidade de utilização do instrumento com uma melhor afinação, em diversos tipos de climas, construiu-se um instrumento de estrutura de alumínio e pele artificial, pois a afinação é mantida independente do clima da região, não precisando aquecer a mesma para obter uma afinação mais adequada.
O instrumento de percussão se caracteriza pela sua variação de belos e encantadores sons, formados pelos seus extremos sonoros.
O solo de derbake é composto de ritmos e marcações. Extremos altos e baixos no aspeto velocidade e sonoridade, onde as variações de possíveis brincadeiras do músico dão as nuances na melodia. É em seu solo que a bailarina e o músico se desafiam para assim formarem uma bela apresentação.
É um instrumento complementar das bandas árabes por dar o ritmo à musica.
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